Antoine Sibertin-Blanc no órgão da SÉ CATEDRAL de LISBOA
Historia
Principiando pela imponente “Introdução e Passacaglia” em ré-menor de Max REGER (1873-1916), umas das páginas mais majestosas do neo- romantismo alemão, o programa prossegue com uma apresentação cronológica de 5 autores ibéricos, 4 portugueses e um espanhol, integrando mais de dois séculos da história musical peninsular. Em primeiro lugar, Manuel RODRIGUES COELHO (1555-1635) com duas breves sequências de cinco versículos sobre o Kyrie, pertecendo à sua compi- lação “Flores da Música”, publicada em 1620.
Segue-se uma típica “Batalha” de António CORRÊA BRAGA (Séc. XVII), um português recentemente redescoberto. Com Juan CABANILLES (1644-1712) é o apogeu da grande tradição espanhola que atin- gimos, enquando que, com Carlos SEIXAS (1704-1742), o seu estilo requintado e precio- so, nos coloca em pleno na atmosfera do Século XVIII, no coração de um cosmopolitismo em plena efervescência. Menos prolífico que Carlos SEIXAS, mas igualmente dotado, apre- senta-se Francisco Xavier BAPTISTA ( ?-1797), organista da Sé de Lisboa, cujo estilo constitui um precioso testemunho das últimas luzes do fim do Século XVIII.
Num registo bastante diferente, a “Suite portuguesa” de Antoine SIBERTIN-BLANC, vem trazer a sua contribuição nesta apresentação geral do instrumento. Obra inédita, escrita em 1974 para o orgão em questão, opõe ao estatismo de uma breve “Introdução”, a vitalidade rítmica de uma “Fantasia” vivamente contrastada. Quanto ao “Ricercare”, apresenta, na firme regularidade do seu tempo, vários níveis de “Recherche”, tanto no plano das combinações polifónicas, como no jogo das harmonias e das cores.
Precisamos que a gravação do presente CD se realizou de dia, na Catedral livremente aberta aos visitantes, e submetida aos ruídos de fundo provenientes da Cidade em movimento.
Antoine-Sibertin Blanc